Carta aberta de um leitor.

Carta aberta do leitor Frederico Drummond.
Por Marlon Fonseca


        Felizmente o nosso blog começa a repercutir positivamente e já estamos recebendo manifestações importantes. Acabamos de receber uma mensagem do nosso leitor Frederico Drummond e decidimos publicá-la aqui na íntegra:


            "Marlon, primeiramente parabéns pela iniciativa. Este assunto é importante e estamos vivendo uma etapa de avalanche de informação nos meios de comunicação. Acho que devemos saber filtrá-las, principalmente para os que escolheram a tarefa de informar como profissão. 
               O estilo de desenvolvimento econômico impulsionado pela grande atividade industrial, levou a crise ambiental hoje vivenciada por todo o mundo. Essa crise ecológica foi percebida com mais intensidade a partir da Segunda Guerra Mundial, quando o nível de desenvolvimento da economia industrial revelou as contradições do seu funcionamento.
               Na década de 60 já havia uma preocupação da comunidade internacional dirigida aos problemas ambientais, que se tornou mais evidente após a publicação “Primavera Silenciosa” da jornalista norte americana Rachel Carson, que denunciava o uso abusivo de agrotóxicos e sua conseqüência para a saúde humana e natureza. Não se tinha àquela época a noção exata de que o homem não é elemento superior aos demais elementos do meio ambiente, mas apenas parte dele. A partir desse momento a opinião pública, meios acadêmicos e agentes governamentais despertaram para o problema do avanço da degradação ambiental e a destruição do equilíbrio ecológico, surgindo o movimento de consciência ambiental cujo marco foi a realização, em 1972 na cidade de Estocolmo, da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano.
              A partir de Estocolmo, a questão ambiental passou a constar na pauta da política internacional dos países e houve a articulação entre meio ambiente e desenvolvimento. O Brasil participou da Conferência, mas não tinha àquela época, política ambiental definida. Vivia-se o período denominado como Milagre Brasileiro, no qual houve abertura para grandes indústrias estrangeiras se instalarem no país sem maiores preocupações ambientais. O marco regulatório no Brasil foi a edição da Política Nacional de Meio Ambiente em 1981, e até o presente momento podemos dizer que o arcabouço legal e as ferramentas e órgãos criados no Brasil, em matéria ambiental é robusto. 
            No âmbito corporativo, muito se fala em sustentabilidade, mas apesar dos esforços, pouco se pratica de verdade no Brasil. (ressalva, opinião própria). Neste sentido, algum autor (que não me recordo o nome) categorizou as empresas em relação ao comprometimento com o desenvolvimento sustentável: há os incrédulos, os blefadores, os agregados, os produtores e os transformadores. 
          No âmbito público, a sustentabilidade ainda é uma utopia. Diversas partes do Brasil não possuem sequer saneamento básico. Vamos aguardar a posição oficial do Brasil e torcer por um comprometimento formal com a questão ambiental na RIO + 20. Torço para não assistir jogo de cena político.

Frederico Drumond."