sábado, 12 de maio de 2012

POLÍTICA. Ausência de Líderes Globais ameaça avanço nas discussões

POLÍTICA.
 Ausência de Líderes Globais ameaça avanço nas discussões.
Por Maurício Coutinho.


A expectativa de avanços significativos na Rio + 20 ( Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável )  está sendo ameaçada pela ausência de Chefes de Estado de nações desenvolvidas como EUA, Alemanha, Reino Unido e de parlamentares da zona do Euro que também 
desistiram de comparecer alegando o alto custo de hospedagem da rede hoteleira do Rio de Janeiro.

A Rio+20 marca os 20 anos da Eco-92, a cúpula de meio ambiente também realizada no Rio em 1992. Reunirá mais uma vez Chefes de Estado, ONGs e entidades da sociedade civil que farão uma revisita às principais questões discutidas e debatidas naquela ocasião. 


Dois temas centrais estarão norteando as discussões na Rio+20. O principal trata da transição para a chamada economia verde que propõe um novo sistema produtivo com base na baixa emissão de gases de efeito estufa, na otimização e eficiência da gerência dos recursos naturais e na inclusão social. O segundo trata da governança global definindo como os países deverão se organizar em termos de acordos, leis , protocolos e metas para implementar este novo modelo de desenvolvimento sustentável sócioeconômico .


Prevê-se que à medida que haja mais inclusão social com pessoas saindo da miséria e da pobreza o planeta não terá recursos naturais suficientes como água potável  e nem produção de alimentos compatíveis com o novo padrão de consumo.


É fácil compreender então os outros temas que também serão abordados na conferência : energia ; alimentação e agricultura;  emprego e inclusão; cidades sustentáveis; água; oceanos e desastres naturais.
Barack Obama não virá , pois encontra-se mais ocupado com campanha à reeleição. Segundo interlocutores Angela Merkel não quer se arriscar a vir a um evento sediado por um país prestes a sancionar um Código Florestal que legaliza o desmatamento.  Até o momento os presidentes Vladimir Putin ( Rússia ), François Hollande  ( França ) e os primeiros-ministros Wen Jiabao  ( China ) e Manmohan  Singh ( Índia ) confirmaram presença.  Estão confirmados 116 chefes de Estado, entre presidentes, vice-presidentes e primeiros-ministros. Na Eco-92 compareceram 108.
Cabe ressaltar que os Estados Unidos negaram-se a ratificar o Protocolo de Quioto, de acordo com a alegação do ex-presidente George W. Bush de que os compromissos acarretados por tal protocolo interfeririam negativamente na economia norte-americana que hoje encontra-se ainda em forte recessão.  




É esperado da Rio+20, como resultado final, um documento de cunho político onde todos os países assumam o compromisso com a economia verde e o desenvolvimento sustentável. Secretário-executivo da Comissão Nacional para a Rio+20, o embaixador Luiz Alberto Figueiredo destacou três pontos que o Brasil espera ver como resultado da conferência: a conscientização das novas gerações; o compromisso para a adoção dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (metas a serem perseguidas por todos os países); e a definição de mudanças na governança ambiental global, com o fortalecimento do Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente). 
É esperada, também, a criação de uma entidade que trate de forma conjunta das questões ambientais, sociais e econômicas.



Um comentário:

  1. Se os países mais desenvolvidos, que por motivos lógicos, são os maiores poluidores, não se engajarem neste tipo de debate, o objetivo não será plenamente alcançado.

    Curioso, portanto, ver, conforme outra matéria publicada aqui no blog, países menos desenvolvidos lutando com mais vontade por meios diversos e menos nocivos de utilização de energia.

    ResponderExcluir